História do município

1. FUNDAÇÃO

O Rei de Portugal D. José I, assessorado pelo Marquês de Pombal, através de recomendação datada de 26 de Janeiro de 1765, ordenou ao Capitão Geral da Capitania de São Paulo – D.Luiz Antonio de Souza Botelho Mourão que fundasse vilas e povoados em pontos mais convenientes aos sítios volantes ou dispersos para morarem em povoações civis.

Através da Portaria de 05 de Dezembro de 1765, D. Luiz Antonio de Souza Botelho Mourão incumbiu seu primo – Afonso Botelho de Sam Payo e Souza- Tenente Coronal das Tropas Auxiliares para formar uma povoação na enseada de Guaratuba.

Para dar inicio à tarefa necessitava de duzentos casais para cultivarem as terras descobertas, determinando a essas pessoas que fossem demarcadas as terras de que necessitavam, de acordo com as possibilidades de cada um.

Em 13 de Maio de 1768, D. Luiz concedeu os favores pedidos pelo fundador da nova povoação, os quais consistiam na criação e manutenção de uma igreja para que lhes servisse de pasto espiritual.

Necessidades de ordem militar, principalmente a tentativa de ocupação da ilha de Santa Catarina em 1768 por forças espanholas, levaram o Governo da Capitania à execução de medidas preventivas no setor meridional da Capitania de São Paulo, surgindo então a necessidade de elevação de Guaratuba à categoria de Vila.

Assim sendo, dando cumprimento a Portaria de 20 de Janeiro de 1770 do Governador Geral de São Paulo – Tenente Coronel Afonso Botelho de Sam Payo e Souza, depois de haver fixado os editais na Vila de Paranaguá e na Península de Guaratuba, dirigia-se a esta em companhia do Ouvidor Geral da Comarca- Lourenço Maciel Azamor, Capitão Francisco Aranha Barreto, Tenente Joaquim Coelho da Luz e mais soldados e oficiais, juntamente com os esmaritas, franciscos e mais Bento Gonçalves Cordeiro e a população.

O povoado recebeu o nome de Vila de São Luiz de Guaratuba da Marinha.

Em 29 de Abril de 1771 deu-se a solenidade de fundação da Vila e como primeiro ato a celebração da Santa Missa pelo Pároco Renato Gonçalves Cordeiro, auxiliado pelos padres Frei João de Santana Flores e Francisco Borges.

Dia 30 de Abril de 1771 foi eleita a primeira Câmara Municipal com aprovação do Fundador da Vila e do Ouvidor Geral.

A Câmara prestou juramento na forma de estilo, tendo sido empossada pela Câmara de São Francisco.

A Vila de Guaratuba permaneceu dirigida pelos Vereadores e assistida pelo Presidente da Província até a Proclamação da República, quando passou a eleger seu primeiro Prefeito que assumiu o cargo em 1792, prosseguindo até 20 de Outubro de 1838, quando por força do Decreto Lei Estadual nº 7572 foi extinto o Município, passando a constituir um Distrito Municipal de Paranaguá.

Pela lei nº 02 de 10 de Outubro de 1947, foi restaurada a autonomia política do Município de Guaratuba, sendo instalado oficialmente no dia 25 do mesmo mês e ano.

2. Aspectos Geográficos

AREA

1.316,509 km²

ALTITUDE

6 metros acima do nível do mar.

LATITUDE

25º52’ Sul

LONGITUDE

48º34’ Oeste

DENSIDADE PLUVIOMETRICA

2.283 mm anuais

CLIMA

Tropical superúmido, sem estação definida e isento de geadas

MUNICIPIOS

LIMITROFES

Norte

Pontal do Paraná

Sul

Estado Santa Catarina

Leste

Oceano Atlântico

Oeste

São José dos Pinhais

Noroeste

Morretes

Nordeste

Matinhos

Sudoeste

Tijucas do Sul

 

3. Poder Judiciário

Até o ano de 1.954 o Município de Guaratuba ficou sob a jurisdição da Comarca de Paranaguá. Posteriormente passou para a jurisdição da Comarca de São José dos Pinhais.

Depois de muitas reivindicações junto as autoridades competentes, a Comarca de Guaratuba foi criada através da Lei nº 8280/86 e sua instalação foi definida através da Portaria nº 747/86.

No dia 30 de Junho de 1.986 foi instalada a Comarca de Guaratuba, funcionando inicialmente no imóvel situado na rua Coronel Carlos Mafra, esquina com a rua Ponta Grossa ( onde atualmente funciona o Restaurante Só Alegria).

Naquela ocasião foi designado para responder pela Comarca de Guaratuba o Juiz de Direito da Comarca de São José dos Pinhais – Dr. Leônidas da Silva Filho.

Através da Lei municipal nº 450 de 27 de Junho de 1.986 e alterada pela Lei municipal nº 501 de 09 de Dezembro de 1987 o Poder Executivo de Guaratuba foi autorizado a doar ao Governo do Estado do Paraná o imóvel situado na esquina das ruas Vieira dos Santos e XV de Novembro (onde localizava-se a antiga Cancha de Esportes Presidente Kenedy) e destinado especificamente para construção do Fórum local.

Posteriormente, através da Lei Municipal nº 561 de 14 de Abril de 1989 foram revogadas as leis acima mencionadas, e autorizado o Poder Executivo de Guaratuba a doar ao Governo do Estado do Paraná a quadra nº 380-A da planta Geral da cidade, com área de 2.400,00 m² (dois mil e quatrocentos metros quadrados) com frente para a rua José Nicolau Abagge, com a mesma destinação especifica para construção do Fórum da Comarca de Guaratuba.

Com a construção do Fórum da Comarca de Guaratuba evoluíram consideravelmente os serviços judiciários, passando a Comarca de Entrância Inicial para Entrância Intermediária, resultando na designação de mais juízes, promotores e contratação de mais serventuários.

Atualmente, o prédio do Fórum local está com sua estrutura deficitária e a área física já insuficiente para atender a demanda dos serviços judiciais em nossa cidade

Através da Lei Municipal nº 1313 de 1º de Fevereiro de 2.008, o Poder Executivo de Guaratuba foi autorizado a doar ao Governo do Estado do Paraná, nove lotes da quadra nº 394 da planta Geral da cidade, perfazendo uma área de terreno com 4.270 m² (quatro mil, duzentos e setenta metros quadrados), com frente para a rua Claudino dos Santos, no Bairro Cohapar, destinado a construção de um novo prédio do Fórum da Comarca de Guaratuba.

Segundo dados fornecidos pelo Departamento de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, relacionados os Juízes de Direito que atuaram na Comarca desde sua instalação.

ENTRÂNCIA INICIAL – JUÍZO ÚNICO

NOME

PERIODO

Anésia Edith Kowalski

04/03/87 a 18/06/97

Roberto Luiz Santos Negrão

11/09/97 a 12/03/98

Paulo Antonio Fidalgo

25/05/98 a 16/12/98

Noedi Bittencourt Martins

09/03/99 a 18/04/04

Marcos Vinicius Christo

02/09/04 a 27/10/04

 

 ENTRÂNCIA INTERMEDIÁRIA

NOME

PERIODO

Marcos Vinicius Christo

27/10/04 

Marisa de Freitas

03/12/04 até hoje

 

33ª SEÇÃO JUDICIARIA – ANTIGA

NOME

PERIODO

Sayonara Sedano

25/04/89 a 12/06/90

Silvio Binhara

22/06/90 a 12/08/90

Claudia Cristina Cristofani

22/08/90 a 22/03/91

Marcio José Tokars

03/05/91 a 17/06/91

Benjamim Acácio de Moura e Costa

08/07/91 a 09/12/91

Moacir Antonio Dala Costa

25/08/92 a 28/12/92

Eugenio Giongo

05/01/93 a 15/02/95

Marcelo Mazzali

23/02/95 a 28/02/96

Fabio Caldas de Araújo

02/04/96 a 08/03/97

Eduardo Casagrade Sarrão

14/03/97 a 29/05/97

Eduardo Lino Bueno Fagundes Junior

09/06/97 a 19/08/98

Fabiane Pieruccini

04/11/98 a 06/06/99

Antonio Franco Ferreira da Costa Neto

01/07/99 a 31/10/00

Leonardo Ribas Tavares

11/02/00 a 27/11/01

Flavia da Costa Viana

20/12/01 a 19/02/03

Luciani de L.T.R. de Oliveira

21/03/03 a 03/12/03

Sibele Lustosa Coimbra

10/12/03 a 29/12/03

 

41ª SEÇÃO JUDICIÁRIA – ATUAL

NOME

PERIODO

Sibele Lustosa Coimbra

30/12/03 a 16/03/04

Antonio Lopes de Noronha Filho

01/04/04 a 13/10/04

Mariana Gluszcynski Fowler Gusso

19/04/04 a 13/10/04

Alessandra P.M. do Amaral

18/10/04 a 03/03/05

Fabio Ribeiro Brandão

18/10/04 a 12/04/05

Gabriela Scabello Milazzo Taques

26/04/05 a 03/11/05

Augusto Gluszczak Junior

16/11/05 a 05/03/06

Edson Jacobucci Rueda Junior

16/11/05 a 05/03/06

Carolina Maia Almeida

28/03/06 

Cristine Lopes

28/03/06  

 

4. Poder Executivo

Do ano de 1890 a 1938, os Prefeitos eram escolhidos por um Conselho de vogais, e foram:

ANTONIO JOSÉ DA ROCHA

JOAQUIM JOSÉ DE CARVALHO

MANOEL ANTONIO DE SOUZA

JOÃO DA COSTA BRAGA JUNIOR

JOSÉ LADISLAU DA CUNHA SILVEIRA

SATURNINO DE ARAUJO BASTOS

JOÃO JOAQUIM FERNANDES.

Pela Constituição, foram Prefeitos:

1892/1894

Manoel Antonio de Souza

 

Manoel Maximo da Silva

1895/1896

Alexandre José de Freitas

1896/1900

Carlos da Silva Mafra

1900/1904

Carlos da Silva Mafra

1904/1906

Guilherme Bastos Pequeno

1906/1908

Alexandre da Silva Mafra

 

(Substituto)

1908/1912

Vicente Carlos Marques

1912/1916

Manoel Leocadio da Costa

1916/1918

Vicente Carlos Marques

1918/1920

Alexandre Correa da Silva

 

(substituto)

1920/1924

João Pedro de Souza

1924/1928

Alexandre da Silva Mafra

1928/1930

Joaquim da Costa Mafra (não completou o quatriênio, sendo substituído).

 

Após a Revolução de 1930, por nomeação do Interventor Federal, foram Prefeitos

 

 

1931

Capitão Tiago José Pedroso

1932

Coronel Alexandre da Silva Mafra

1933

Major Pedro de Abreu e João Fernandes Candal.

1934

Tenente Manoel Alves do Amaral

1935

Joaquim da Silva Mafra, que permaneceu no cargo até 1938, quando foi suprimida a autonomia municipal, ficando Guaratuba sob a jurisdição do Município de Paranaguá.

 

Em 1947 – Pela Lei Estadual nº 2 de 11 De Outubro de 1947, procedeu- se o restabelecimento da

Autonomia política do Município de Guaratuba, quando em:

26/10/47 – Pelo regime democrático foi nomeado provisoriamente o Prefeito BIRILO PADILHA, que presidindo a eleição para PREFEITO E VEREADORES em 16 de Novembro de 1947 foram eleitos e empossados no dia 30 do mesmo mês e ano.

Na sequência, relação dos PREFEITOS e respectivos mandatos, acrescentando que a eleição para VICE-PREFEITO vigorou a partir do ano de 1964.

1948/1951

Joaquim da Silva Mafra

1952/1955

Miguel Jamur

1956/1959

René Buchmann Silveira

1960/1963

Miguel Jamur

1964/1968

Orlando Bevervanso

Vice-Prefeito: Woadislau Bochnia.

1969/1972

Miguel Jamur

Vice-Prefeito: Diógenes Caetano dos Santos.

1973/1976

Diógenes Caetano dos Santos

Vice-Prefeito: Emilio Mattos de Souza.

1977/1982

Antonio Franco Ferreira da Costa Filho

Vice-Prefeito: José Carlos de Carvalho.

1983/1988

Acir Braga

Vice-Prefeito: Orlando Bevervanso.

1989/1992

Aldo Abagge

Vice-Prefeito: Paulo Chaves – prefeito de julho a dezembro de 1992

1993/1996

José Ananias dos Santos

Vice-Prefeito: Celso Nascimento Cordeiro.

1997/2000

Everson Ambrósio Kravetz

Vice-Prefeito: Miguel Jamur

2001/2004

José Ananias dos Santos

Vice-Prefeito: Miguel Jamur

2005/2008

Miguel Jamur

Vice-Prefeito: Everson Ambrosio Kravetz

2009/2012

Evani Justus

Vice-prefeito: José Ananias Júnior

2013/2016

Evani Justus

Vice-prefeito: Vandir Esmanioto

 

5. Artesanato

No litoral paranaense e especialmente em Guaratuba a matéria prima utilizada no artesanato é o:

CIPÓ-IMBÉ com o qual se faz a “Beta” (corda para amarração de navio feita da casca do cipó-imbé). Chapéus, ventarolas, sacolas, samburás, abajures e cestos são artesanatos feitos do núcleo do cipó-imbé.

É um trabalho feito em uma lata furada, sendo cada miolo dividido em dois ou três fios.

SERINGA – armadilha para peixe com duas entradas.
TAQUARA – usado para produzir balaios de peixe.
TIPOTI – ceste cilíndrico de palha em que se põe a mandioca que se quer espremer.
TAQUARA-IPOCA – é mais fina e flexível, usada para fazer peneiras e cestas.
CACHETA - madeira leve usada para fazer sepas de tamancos, colheres de pau, soquetes de feijão, rolos de macarrão, lápis e outros.
RAIZ DA FIGUEIRA – madeira usada para fazer gamelas.
URUCURANA – madeira resistente com as quais se fazem pilões.
CERÂMICA – arte de fabricação de louça e objetos de adorno e de construção.
TIMBOPEVA – é um cipó resistente e duro com o qual se fazem vassouras.

6. Catástrofe - dia 22/setembro/1968.

Ocorrida aproximadamente as vinte e duas horas e trinta minutos, devido ao agente erosivo que foi reconhecido como as correntes, estas com a ação de solapamento, através da remoção de material arenoso-siltico-argiloso com que estava em contato.

As correntes de maré vazante (refluxo) são de maior intensidade do que as de enchentes (fluxo).

Naquela noite, durante a baixa maré de sizília, rompeu-se o equilíbrio entre o nível da água no subsolo e o nível das águas em baixa maré, na baía.

Os processos erosivos atuaram até a profundidade de vinte metros.

O processo de afundamento foi lento, não se assemelhando aos desmoronamentos e deslizamentos que ocorrem rapidamente.

O que ocorreu em Guaratuba, em 1968, foi notícia nacional, e a área sinistrada foi de 139 metros de comprimento por 50 metros de largura.

Após a catástrofe, foi realizado um profundo trabalho para analisar os aspectos geológicos e geomorfológicos da área sinistrada por João José Bigarella - do Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnológicas e da Universidade Federal do Paraná. Jorge Xavier da Silva- da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Gerusa Maria Duarte - bolsista do Conselho Nacional de Pesquisas, que apresentaram interpretações das causas e processos responsáveis pelo desastre ocorrido.

O local onde aconteceu a tragédia até hoje ainda não foi recuperado, e guarda marcas daquela trágica noite.

Naquela ocasião foram para o fundo do mar diversas residências e o prédio que abrigava a Prefeitura e Câmara Municipal e em conseqüência foram perdidos os mais importantes e históricos documentos do nosso Município.
 
7. Atrativos Históricos Naturais

BAÍA DE GUARATUBA

A Baía de Guaratuba (segunda maior do Estado, depois de Paranaguá) é considerada uma das mais bonitas do sul do Brasil.

Através dela permite o acesso à Guaratuba através do uso de ferry-boat e balsas, sendo o transporte para veículos e passageiros e durante o tranqüilo transcurso pode-se avistar lindas ilhas, pequenas praias e variadas construções.

 LAGOA DO PARADO

Localizada na margem esquerda do rio Cubatãozinho é abundante em peixes e nela se encontram capivaras e outras caças. Apesar de estar localizada a muitos quilômetros da costa, existem nas margens inúmeros sambaquis.

Em época de seca ela se divide, formando duas lagoas distintas, denominadas de Lagoa das Onças e Lagoa do Baguary. Possui cinco quilômetros de largura, situadas entre serras que a rodeiam, de onde se descortina lindo panorama, verdadeira maravilha que a natureza formou.


FAROL DA BARRA

A Barra de Guaratuba é assinalada por um farol, situado numa extrema avançada da ponta de Caiobá, no morro formado pela Ilha do Boi. Foi instalado por volta de 1908, o que trouxe à Guaratuba momentos históricos, sendo que alguns versos tiveram na ocasião larga repercussão.

Segundo as trovas, o autor reclamava o prejuízo de uma canoa que teria perdido no serviço como provam suas rimas.

“O farol já está assentado/

Lá no morro do Caiobá/

Quebraram minha canoa/

Não souberam me pagar”.

Tinha ainda o Caiobá, a sua professora Caetana da Conceição Rocha, a quem os alunos chamavam de “minha mestra”.

Esta, por sua vez, tinha um enteado que atendia pelo apelido de “Meu Nhonhô”.

Certa vez aconteceu de se encontrar o farol apagado. O praieiro incluiu na sua trova mais o seguinte verso ao faroleiro Olegário Belo.

“Vou dizer a minha mestra/

Que diga pro “meu nhonhô/

Que dê parte do Olegário/

Que o farol já se apagou”.

E assim, eram levados aos fandangos, ao som da viola, os cânticos que tinham por objetivo o farol, repetindo como estribilho, os reclamos da canoa.

Este farol foi construído porque naquela época existia um porto em Guaratuba e o farol servia para marcar a entrada da barra, que naquele tempo era praticável.

Observação – Na divisão geográfica, pertence ao Município de Matinhos, porém só pode ser observado de Guaratuba.
 
SALTO PARATI

Localização – Rio Parati.

Acesso à partir do ferry-boat, segue estrada à esquerda e na placa de Caraguatatuba vira à direita. Passa pelo pesque-pague Tanquinho e segue até o sitio Nova Era das Rosas, onde fazem o passeio pela baía e até o salto. Distância de aproximadamente 4.500m. mais 20m. de barco e 30m. de caminhada.

Descritivo – as águas do Salto vem do Rio Parati, formando piscinas naturais. Abundante em fauna e flora, passando por mata nativa aberta e fechada, pode-se ainda apreciar a baía, os botos, e a ilha Joaquim Jorge de frente para o sitio.

 
CACHOEIRA DO RIO CUBATÃO

Localização – Zona rural do Cubatão.

Acesso pela Pr-412 que liga Guaratuba a Garuva. Em Garuva 1º sinaleiro à direita, anda 25 km. pela estrada que leva à Cubatão, e mais 7 km. a esquerda.

Descritivo- destacam-se na cachoeira as várias pedras existentes no rio Cubatão que chegam a formar, em época de cheia, uma praia artificial próximo à cachoeira.

GRUTA NOSSA SENHORA DE LOURDES

Encontra-se no Morro do Espia Barco onde existem algumas bicas de água natural. Esta água segundo a lenda e contos de moradores antigos tem poderes milagrosos.

A GRUTA DA SANTA como é mais conhecida, tem um significado especial para o Município, pois até o ano de 1974 serviam suas bicas para o abastecimento da cidade. Possui uma imagem de Nossa Senhora de Lourdes e diversas placas no local atestando vários pedidos e graças alcançadas.

O local é agradável, possui uma praça com bancos para descanso, sombreada por árvores seculares que se deitam do morro, oferecendo uma bonita e admirável paisagem.

 

A gruta foi erigida pelo Dr. Heitor Borges de Macedo e sua senhora Dona Zina Borges de Macedo, e ali inaugurada em 30 de Julho de 1935.

Segundo o ditado popular e voz corrente na cidade - Quem toma água da santa, sempre volta à Guaratuba.

MORRO DO BREJATUBA

Mais conhecido por MORRO DO CRISTO é o nosso principal cartão postal e local muito visitado por turistas.

Se constitui de um mirante natural, pois em seu cume está a imagem do Cristo Redentor. O acesso ao cume é feito por uma escadaria de cimento, com 197 degraus. A imagem foi doada pela família João Candido Ferreira, no ano de 1952.

FONTE CARIOCA

A Fonte Carioca, na encosta do morro fronteiro à rua Vieira dos Santos, de excelente água potável e que supriu do precioso líquido a população que aqui se estabeleceu até a implantação da rêde de água tratada, teve sua caixa construída em 1858.

Foi construtor o Capitão Manoel Pereira Liberato que empreitou o serviço pela quantia de 150$000, obrigando-se a fazê-la nas seguintes condições: 10 palmos de comprimento, 08 palmos de altura, 02 palmos de grossura, com duas bicas de ferro e calçamento pela parte externa.

8. Lendas e Histórias

GUARÁ

Ave marinha de cor vermelho escarlate. A linda cor de suas penas, sobressaindo ao longe nas ramagens dos mangues, nos ares em vôos ou ainda em marcha nas praias da baía, instigou a cobiça dos homens que muito se preocupavam na caça desse precioso e tradicional pássaro, para auferir lucros no comércio de suas penas ou de seus filhotes.

O grande naturalista francês Saint’Hilaire, na sua obra, ao referir-se à Guaratuba descreve:

“As mais notáveis de todas as ilhas são as dos Papagaios, assim chamadas porque as espécies são aí, comuns, também a dos Guarás, cujo nome é dos passáros, não se encontram somente na parte meridional da Província de São Paulo, eles existem em Paranaguá, em Santos e em Santa Catarina,mas destaca-se que eles só desovam na ilha que tem o seu nome (na baía de Guaratuba).”

“Desde o mês de Agosto até o de Novembro eles se reuniam aí em grupos numerosissimos, fazendo ninhos toscos nos ramos do mangue, e sua produção seria prodigiosa se o vento não derrubasse grande número de ovos, e se os habitantes do lugar não os comessem. Quando se assustam os guarás no tempo de desova, eles abandonam seus ovos, mas mostram muito apego pelos filhotes.”

Na Revista Globo Ciência, editada em 1995, Antonio Rodrigues, biólogo da Universidade Federal do Maranhão, relatou que a caça predatória praticamente acabou com as aves, questionando em especial a respeito dos “guarás”.

Em sua explanação o biólogo menciona que a cor vermelha dessas aves, que voavam em bandos sobre as árvores do litoral, vem da proteína de uma espécie de caranguejinho que elas comiam nos manguezais. Esses crustáceos, do gênero “uca” são popularmente conhecidos como “chama maré”, porque no período de maré baixa eles balançam suas pinças, como se estivessem chamando o mar, e com ele os microorganismos de que se alimentam.

Os “Guarás” relata o biólogo, capturados para criação em cativeiro são pretos porque não comem esses caranguejinhos.

Essas aves habitavam no passado toda a costa brasileira, e atualmente são encontrados nas ilhas de São Luiz, na Ilha de Marajó, na ilha de Cajual, ao sul de Alcântara e na cidade de Cubatão (SP).

Esta ave marinha- GUARÁ, semelhante à garça, teve ao seu nome acrescentado a palavra TUBA, que no linguajar dos índios significava- quantidade excessiva, abundância, originando o nome de nossa cidade.

GUARÁ-TUBA pronunciavam extasiados os índios carijós, ante o reflar de asas dos guarás, que levantavam vôo, colorindo os céus com seu vermelho escarlate.

GUARATUBA assim foi denominado o paradisíaco pedaço do litoral, onde a areia branca e fina, marcava o limite entre o mar e a densa vegetação.

Hoje os guarás já não existem, assim como não existem mais índios, mas a RAINHA DOS MARES DO SUL continua com suas delicias de verão, com a praia límpida e mansa, com a natureza ainda guardando vestígios de sua exuberância, o sol brilhando para todos e a boa terra continuando a ser abençoada pelo Cristo.

Como acabamos de ver, é o GUARÁ de um significado histórico para nossa terra, o que nos induz a dizer que deveríamos conservá-los e não medir esforços para trazê-los de volta ao nosso convívio.

 9. Serras E Morros

Guaratuba é atravessada pela SERRA DO MAR, que recebe diversas denominações:

*SERRA DO PIRAI – onde se encontra o Morro do Piraí com 1.335 metros e o Morro do Fundão com 1.450 metros, situado ao norte do marco divisor do Município de Guaratuba com o Estado de Santa Catarina.

*SERRA DO ARARAQUARA – que mede no seu ponto mais alto 1.23l metros. A sua volta e paralelos ao Rio São João encontram-se o Morro do Bugre, Paembi, Melo e Vitório. Ao Norte da Serra encontra-se o Morro dos Três Bicos e o Descalvado. Adiante tem-se o Morro do Salto ou Agudo situado na Vale do Rio Cubatão.

*SERRA DA LINHA – estende-se do Morro Grande, ao Norte, até o Oceano Atlântico, formando o pequeno cabo Caiobá. Nesta serra destacam-se os Morros do Bico-Torto, dos Porcos, Agudo, Morro Feio, Batatal, Figueira, Pedra Branca, Cabaraquara e Tanguá.

*As Serras do Araçatuba, Guarapari do Cubatão, da Igreja, Canavieiras e outras menores circundam a Baía de Guaratuba. Ainda a Noroeste existe a Serra do Boi, do Ariri (que significa corredeira), das Laranjeiras, dos Meros e do Morro de Fora. Ao Sudoeste e Sul – da Caieira, do Pinto, do Morrete, Santo Amaro, Morro do Sitio(com 75 m.), Morro Grande (com 514m.) e o Morro de Dentro(com 299m.) por onde passa a linha de limites Paraná- Santa Catarina.

 
10. R I O S

Há em Guaratuba diversos rios que deságuam na baía, exceto o Sai que corre para o Oceano.

*RIO SÃO JOÃO que nasce no Pontal do Itararé com nome de rio do Pontal, corre em direção ao sul, recebe o rio Bonito, o Pirizal, o Embira e outros, entra no Estado de Santa Catarina e recebe o nome de Iquirim, volta ao norte,entra novamente no Paraná, fazendo uma grande curva na Serra do Araraquara, segue até encontrar-se com os braços do rio Cubatão e deságua na baía depois de um curso de 60 km.

Seus afluentes principais são:

à esquerda – Araraquara, Pai Paulo, Carvalho, Taquaruvu, rio do Melo, Vitório, Rio Claro e Rio do Meio. Os cinco primeiros nascem na Serra do Araraquara, Vitório tem suas vertentes na Serra dos Três Bicos e os rios Claro e do Meio nascem no Morro do Descalvado.

À direta – Tinga, que nasce no Morro das Minas Velhas, Castelhano e o Jundiaquara ou Nhundiaquara.

*RIO CUBATÃO GRANDE que nasce no Município de São José dos Pinhais com o nome de São João, serve em parte de divisa entre São José e Guaratuba, recebe o Arraial e toma aí o nome de Cubatão até desaguar na baia.

Seus afluentes são – Castelhano, Coatís, Ribeirão Grande, Zoada, Navio, Arraial, Cubatãozinho e Rio Preto.

Tem um curso de cerca de 80 km. Sendo navegável por embarcações de pequeno calado até as Três Barras, e daí para cima navegável por canoas até o Salto.

 *RIO CUBATÃOZINHO que nasce na Serra de Canavieiras, entre Guaratuba e Morretes, tem curso de cerca de 60 km. Sendo navegável por canoas até o Porto Limeira.

Tem como afluentes o Ribeirão da Prata, Rio dos Henriques, Guarajuva, Canavieiras, Parado, Furta Maré e Rasgado. Deságuam ainda ao sul da baía – Rios São Joãozinho, Descoberto, Empanturrado, do Cedro, do Saco, das Garças, Buguaçú e Buguaçú Mirim.

Ainda ao norte deságua na baía os rios- dos Patos, Palmeiras, das Pedras, dos Meros, Laranjeiras, André Gomes, Quilombo, das Ostras, da Caçada e Rio Parati, que forma o Salto Parati.

*RIO SAÍ que serve de limite entre Guaratuba e Santa Catarina, com uma extensão de 14.225 metros e deságua no Oceano Atlântico.

11. I L H A S

Há muitas histórias sobre as ilhas da Baía de Guaratuba, sendo que algumas delas eram habitadas desde o inicio do século.

Dentre as inúmeras ilhas, podemos destacar:

DOS RATOS –(próxima a ponta das Caieiras).

PESCARIA – (com terras para lavoura).

ESTALEIRO – (paralela ao costão do Rio Alegre, tendo o rio Fundo pela parte de fora).

CAPINZAL – (situada de frente para o rio Fundo e próxima a ilha do Estaleiro).

BAIXO GRANDE –( coberta de mangues, com frente para a cidade e se estende na posição NE-SO, tem pela frente de dentro o canal da Sepultura).

BARIGUY –(significa mosquito, fica entre o rio Bariguy ao norte e rio das Ostras ao sul).

MEXERICO – (localizada no mar de Sabelha, separada da ilha do Capinzal pelo rio Araguaguá).

ARAÇÁ – (com três pontas distintas – a do Araçá a sudeste, Cabeçudas ao norte e dos Papagaios ao sul).

GARÇAS – (coberta de mangues).

DO CAPIM – (coberta de mangues, de frente para o rio dos Meros e o Morro de Fora). Esta ilha foi acrescida de mais ilhotas- Capim de Cima, do Meio e Capim de Baixo).

DOS PAPAGAIOS – (caracteriza-se como uma ponta da ilha Araçá).

DO MORRO DA BARRA – (na barra do rio Cubatão Grande, situado na parte sul do rio Guanxuma).

MONTE ALEGRE – (na entrada do rio Cubatão, abaixo da ilha do Chapéu).

DO CHAPÉU – (entre o rio Cubatão de um lado e o braço do mesmo rio, que se estende para o sul até encontrar-se no rio São João).

CASTELHANO – (no rio São João com cerca de 1.200m. de comprimento por 500m. de largura, rica em sambaqui).

MARIA CHICA – (situada no rio Boguaçú, com sambaqui e terra de cultura).

ILHA DO ITACOLOMI – (está localizada no Oceano Atlântico, aproximadamente a oito quilômetros de Guaratuba, onde a pesca é farta e abundante.

A ilha não tem infra-estrutura e nem condições favoráveis para o turismo, sendo restrita a vegetação.

A ilha é formada por duas pedras, uma em pé e outra deitada- por isso

São chamadas de mãe e filho).

ILHA DO SAI – localizada na divisa do Paraná com Santa Catarina, próxima ao Balneário Barra do Saí, está tão próxima da costa que pode-se alcançá-la com barcos, a nado e até a pé, quando a maré está baixa.

Na ilha foi erguido o marco divisor entre os dois Estados, que ostenta em gravação a bronze a seguinte inscrição:

“Este marco foi inaugurado no Governo Wenceslau Braz, sendo Ministro do Interior Carlos Maximiliano e Governador do Estado de Santa Catarina- General Felipe Schmidt, 1918”.

 
12. Praias do Município

PRAINHA

Localiza-se no inicio da ponta de Caiobá e se estende até a entrada da barra de Guaratuba. Praia mansa de onde tem-se a visão de Guaratuba, antes da travessia da baía.

PRAIA DE CAIEIRAS

Localizada próxima ao atracadouro do ferryboat. Praia bastante pitoresca devido a algumas lendas que envolvem o local, tais como: A proa de um navio que estaria encalhado bem próximo a praia e as cavernas do morro onde os tripulantes do navio teriam se escondido. Local bastante calmo e agradável, possui aproximadamente 300 metros de extensão por 100 metros de largura.

PRAIA DO PROSDÓCIMO (ou Hotel Vila Real)

Praia de mar aberto com águas agitadas e alguma vegetação, local para pesca, sendo que num extremo existe alguns rochedos, possui aproximadamente 1.500 metros de extensão, por 60 metros de largura.

PRAIA CENTRAL

Praia de mar aberto com águas agitadas e alguma vegetação. Local bastante procurado por veranistas e principalmente pela juventude, possui aproximadamente 3.000 metros de extensão por 60 metros de largura.

PRAIA DO CRISTO

Praia de mar aberto com águas agitadas e alguma vegetação. Excelente local para pesca, onde se concentram as canoas de pescadores e o mercado de peixes.Nesta praia está localizado o Morro do Brejatuba, mais conhecido por Morro do Cristo. Possui aproximadamente 1.500 metros de extensão por 60 metros de largura.

PRAIA DO BREJATUBA

Praia de mar aberto com águas agitadas e alguma vegetação. Local de prática do surf e também apropriado para pesca. Possui aproximadamente 3.000 metros de extensão, por 60 metros de largura.

 
PRAIA DO BALNEÁRIO BONANÇA

Praia de mar aberto com águas agitadas e de pouca profundidade, com alguma vegetação de arbusto. Local bastante plano, possui aproximadamente 250 metros de extensão por 50 metros de largura.

PRAIA DO JARDIM ESTORIL

Praia de mar aberto com águas agitadas e de pouca profundidade, com alguma vegetação arbustiva. Local bastante plano, possui aproximadamente 750 metros de extensão por 60 metros de largura. Nesta praia localiza-se o Camping e Terminal Turístico de Guaratuba.

PRAIA DOS BALNEÁRIOS ELIANA, JARDIM GUARATUBA E ROSANA.

Praia de mar aberto com águas agitadas e de pouca profundidade. Local bastante plano e excelente para pesca, possui aproximadamente 1.000 metros de extensão por 60 metros de largura.

PRAIA DOS BALNEÁRIOS NEREIDAS I,II,III e IV.

Praia de mar aberto com águas agitadas e de pouca profundidade e com pouca vegetação. Local bastante plano é cortado pelo Rio Tenente e apropriado para pesca. Possui aproximadamente 1.500 metros de extensão por 60 metros de largura.

PRAIA DA CIDADE BALNEÁRIA BREJATUBA

Praia de mar aberto, com águas de pouca profundidade. Local bastante plano e com muita vegetação, possui aproximadamente 2.000 metros de extensão por 60 metros de largura.

PRAIA DO BALNEÁRIO JARDIM IEMANJÁ

Praia de mar aberto com águas de pouca profundidade. Local bastante plano, possui aproximadamente 250 metros de extensão por 60 metros de largura.

PRAIA DO BALNEÁRIO SANTA HELENA

Praia de mar aberto com águas agitadas e de pouca profundidade, com alguma vegetação arbustiva. Local bastante plano, possui aproximadamente 150 metros de extensão por 60 metros de largura.

PRAIA DO BALNEÁRIO COROADOS

Praia de mar aberto com águas agitadas e de pouca profundidade, possui alguma vegetação nativa. Local bastante plano e apropriado para pesca, possui aproximadamente 1.500 metros de extensão por 60 metros de largura.

 PRAIA DA BARRA DO SAI

Praia de mar aberto, excelente para pesca e prática de surf. Local com bonita vegetação praiana,possui aproximadamente 1.200 metros de extensão por 60 metros de largura. Existe perto da praia a Ilha do Saí, na divisa dos Estados do Paraná e Santa Catarina.

Contribuição de Walmor José do Valle

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